Por anos, a série Pro Evolution Soccer (ou Wining Eleven) dominou o mundo do futebol digital, mas desde o advento da sétima geração de consoles as coisas começaram a mudar.
O que seria o início de grandes melhorias se transformou em repetições pouco inspiradas e uma perda considerável de território para o seu grande rival (FIFA). A subjetividade não permite comparações diretas (afinal, gosto não se discute), porém, o salto de qualidade da franquia FIFA e a aparente estagnação de Pro Evolution Soccer são inegáveis.
Correndo atrás do prejuízo, a Konami promove grandes mudanças na estrutura da franquia, apostando em um ritmo cadenciado e um clima mais realista — deixando o estilo arcade de lado e encarando a série FIFA de frente no campo da simulação.
Mas será que os fãs de Pro Evolution Soccer realmente querem um simulador?
Aprovado
A liga dos campeões
A Master League é sem sombra de dúvida o principal modo de jogo da franquia Pro Evolution Soccer. Gerir vários aspectos do seu clube favorito, ou criar o seu próprio time (com Castolo, Ximelez e companhia), sempre rendeu boas horas de jogo.
Com a aquisição da licença oficial da UEFA Champions League, a linha Pro Evolution ganhou uma nova modalidade de jogo — com direito a nomes, atributos e estatísticas reais de clubes e jogadores participantes da competição.
Agora é a vez da nossa Copa Santander Libertadores da América. Quem acompanha o Baixaki Jogos já estava sabendo, PES 2011 traz a licença oficial da Libertadores. Isso significa que agora o Corinthians tem alguma chance de faturar o desejado “caneco” continental.
realismo e mesmo estando muito atrás dos gráficos de FIFA 11, é de se notar o esforço dos desenvolvedores e a superioridade técnica em relação às edições passadas da franquia. Os detalhes também não passaram despercebidos, em PES 2011 até os auxiliares de arbitragem (o popular bandeirinha) receberam atenção especial e agora contam animações próprias.
O que realmente importa é a possibilidade de participar da principal competição internacional entre clubes da América, o que também significa a possibilidade de jogar com 40 equipes latinas que normalmente não aparecem no elenco de Pro Evolution — incluindo os representantes brasileiros (Cruzeiro, Corinthians, São Paulo, Flamengo e Internacional).
De volta à Master League, a renomada modalidade de jogo da série ganha novos contornos e passa a oferecer suporte para disputas online. Certamente uma das melhores e mais pedidas funcionalidades da franquia.
Seguindo a lição ensinada pela linha FIFA, a Konami introduz a possibilidade de disputar o campeonato contra outros jogadores. Basicamente é o mesmo esquema, porém as partidas podem ser jogadas no sistema multiplayer online.
Boleiros
Apostando forte no quesito online, a Konami também adicionou um serviço de gestão de comunidades dentro do próprio jogo. Por meio dele, você poderá convidar seus amigos para participar de grupos, ou seriam “clubes”, e a partir destes organizar partidas e até mesmo campeonatos.
Tudo com um detalhado registro de estatísticas que permitem análises profundas do desempenho de cada jogador cadastrado na sua comunidade. Trata-se de uma ferramenta muito inteligente, que adiciona muito ao modo online de PES 2011.
Tornando “oficial”
Outro aspecto tradicional da série é o eficiente sistema de edição de equipes. Ciente das limitações da franquia em relação ao licenciamento dos clubes e jogadores, a Konami sempre deixou aberta a possibilidade de personalizar todas as equipes e atletas virtuais presentes no jogo.
Assim, Man Blue podia ser facilmente transformado em Manchester City, o Castolo podia virar Ronaldinho e assim por diante. Desta vez o sistema retorna quase que inalterado, porém as poucas adições são muito bem-vindas.
Entre as novidades, está o editor de estádios e vários conteúdos extras que podem ser desbloqueados ao longo do jogo. Você deve faturar pontos em suas partidas para poder adquirir itens como lances de arquibancada, banco de reservas e outros itens de construção do estádio.
O mesmo sistema também se aplica a equipamentos e peças de personalização dos jogadores, incluindo “cabeças” para o seu craque virtual, chuteiras, bolas e outros equipamentos oficiais de grandes marcas como Nike e Adidas.
A planilha do Joel
A apresentação geral do jogo e a interface do editor tático das equipes estão muito mais belas e acessíveis. Agora até aqueles que não têm intimidade com organização estratégica futebolística não terão problemas para armar esquemas, basta arrastar e largar (drag and drop).
Na mesma linha, temos a tela de partida. Assumindo um visual mais “limpo” o jogo abandona o visual tradicional e aposta em informações tópicas condensadas em barras estrategicamente posicionadas sobre os próprios atletas virtuais.
Agora você pode ter o nome, o indicador de vigor e a barra de potência dos chutes e passes diretamente na tela — sendo que todos os mostradores podem ser ativados ou desativados, nas opções de vídeo.
Gol de placa
Os visuais de Pro Evolution Soccer 2011 são controversos. Apesar de não agradarem muito no quesito estético, as melhorias gráficas são incontestáveis. A mudança de engine incrementou consideravelmente as animações, o sistema de iluminação e até os efeitos climáticos.
A Konami apostou no realismo e mesmo estando muito atrás dos gráficos de FIFA 11, é de se notar o esforço dos desenvolvedores e a superioridade técnica em relação às edições passadas da franquia. Os detalhes também não passaram despercebidos, em PES 2011 até os auxiliares de arbitragem (o popular bandeirinha) receberam atenção especial e agora contam animações próprias.
Olho no lance!
Todos esses atributos não passam de perfumaria. Na verdade o grande atributo de Pro Evolution Soccer 2011 é exclusivo da versão brasileira do jogo. A narração do genial Silvio Luis e os comentários bem humorados de Mauro Beting conferem um toque todo especial ao título.
Os bordões de Silvio que marcaram a história das transmissões esportivas brasileiras estão todos reproduzidos dentro do jogo. O carisma inegável do narrador e seu espírito cômico garantem diversão mesmo no zero a zero mais enfadonho.
O melhor de tudo é que não se trata apenas de uma narração em português com a voz de Sílvio Luiz, trata-se de um trabalho bem feito. Os diálogos são variados e realmente passam a impressão de que estamos acompanhando uma transmissão esportiva.
Além disso, a presença de Sílvio, Beting e da licença oficial da Libertadores da América denotam uma atenção especial da Konami que se mostra interessada no mercado latino, especialmente nos jogadores brasileiros. Quem sabe na próxima edição já não possamos contar com mais clubes brasileiros, ou até mesmo a licença do Brasileirão.